Queijo Artesanal Serrano: Patrimônio Imaterial de Santa Catarina

O processo de trabalho nas propriedades rurais influencia a rotina diária de toda família. Além de sua importância econômica, muitas famílias produzem o queijo por uma questão cultural, herança de um “saber-fazer” passado por gerações.

As pessoas gostam de fazer, uma arte enraizada nos usos e costumes. Como dizem, a “pecuária corre nas veias dos povos serranos do Sul do Brasil”.

A tradição de produção e comercialização do queijo artesanal serrano remete também a um simbolismo e identidade que por mais de dois séculos vêm marcando uma cultura reconhecida, e que precisa ser valorizada, sob o risco de se perder essa tradição secular.

Um exemplo disso é a história da família Rissi, comunidade Luizinho em São Joaquim-SC, onde o queijo Serrano faz parte da família e iniciou com o avô Fortunato Rissi, pecuarista e tropeiro que todo verão ia com os filhos para o Rio Grande do Sul na Fazenda Monte Negro e ficavam toda a estação fazendo queijo.

Retornavam no início do inverno e iniciava a comercialização dos queijos que eram levados em cargueiros para Serra do Pilão e trocados por mercadorias que na época eram mais difíceis de comprar aqui na região como açúcar, café, farinha, arroz e sal.

A produção de queijo artesanal serrano representava o sustento para toda família. Os filhos continuaram produzindo o Queijo Artesanal Serrano e a produção era levada até a cidade e comercializada, aumentando a renda da família.

Hoje na terceira geração, a queijaria possui inspeção municipal e Selo Arte e comercializa em vários estados do Brasil.

A valorização do modo artesanal de fabricação desse queijo pode representar uma excelente oportunidade para a permanência dos pecuaristas familiares nas propriedades rurais, ampliando as oportunidades de renda e qualidade de vida no Campo.

Considerando a relevância da história e de todos os aspectos humanos e ambientais que envolvem a produção do Queijo Artesanal Serrano, em 2017 a Associação dos Produtores de Queijo Artesanal Serrano – Aproserra, com assessoria da Epagri, encaminhou à Fundação Catarinense de Cultura o dossiê de solicitação e foi reconhecido nos termos do Decreto no 2.504/2004 o “Modo de Saber Fazer do Queijo Artesanal Serrano da Serra Catarinense”, como patrimônio cultural imaterial de Santa Catarina.

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